sábado, 3 de março de 2012

Carnaval sensacional

Durante uma das entrevistas antes do desfile.
Tô com o roupão do hotel e com a mão dada pro
João. (risos)
E com duas semanas de atraso, cá estou para contar como que foi o desfile. Me desculpem pela demora, mas ando realmente sem tempo para blogar, tuitar, enfim navegar...
Depois de ter participado de quase todos os ensaios da Águia de Ouro e ter recebido tanto carinho da comunidade, em especial das crianças, é claro que fiquei triste pela escola não ter nem chegado perto da vitória. Pela primeira vez, em 27 anos, assisti a apuração inteira. Impaciente e com o coração batendo acelerado, mas em nenhum momento deixei de acreditar na vitória.

A comunidade me recebeu tão bem, que nasceu um carinho muito grande pela comunidade da Águia de Ouro. E mesmo que se houvesse tido a queda para o grupo de acesso, eu não trocaria de escola. Afinal, me acolheu bem desde o início, então tamo junto até o fim!
Até o final do ano passado, quando comecei a participar dos ensaios técnicos, eu não era apegada ao carnaval. Não é porque sou brasileira que obrigatoriamente precisava gostar. E eu não gostava. Dizia que o meu melhor carnaval havia sido o qual passei na Europa, em 2006, bem longe do Brasil.
Não tinha paciência para assistir os desfiles na tv, tinha pavor de me imaginar na arquibancada no meio do povo, naquele "formigueiro humano" alucinado. Achava um exagero toda a farra, todo o auê causado. Sequer me interessava por samba. Eram os 4 dias mais longos do ano, parecia que não tinha um fim.

Mas, durante o primeio ensaio tudo mudou. Voltei para casa com uma visão completamente diferente. Havia visto com os meus próprios olhos e sentido na pele a energia e qual é o significado desta época para as pessoas que trabalham, se divertem e se entregam ao carnaval. Vi a felicidade no olhar de cada pessoa que faz dele, um momento de alegria. É uma válvula de escape para uns, maneira de sobreviver para outros.
E todos ali são iguais, independente de qualquer opção ou maneira de viver. Todos são bem-vindos. Se por um lado há muita disputa, por outro não há preconceitos.

Gostei muito por ter vivido esta experiência. É por isso que nunca podemos dizer que não gostamos de algo que desconhecemos... Eu calei a minha própria boca. Mais uma vez.

No sábado, 18, data do desfile foi uma loucura. Passei o dia todo na piscina com as amigas do prédio, almoçamos às 17hs e pouco, segui do restaurante direto ao salão onde tinha horário marcado para realizar todos os cuidados necessários: make + penteado + mão e pé.

Eu tinha um quarto reservado no hotel Holiday Inn que fica ao lado do Anhembi, onde também a Valesca estava hospedada. Nos falamos por telefone e ela pediu para que eu fosse para lá umas 23hs para nos arrumarmos juntas. O João foi me buscar no salão, já eram 21h30... Buscamos a fantasia em casa, ele se arrumou e saímos bem atrasados. Ainda enfrentamos um trânsito infernal, principalmente nas proximidades do Anhembi. Quando enfim conseguimos chegar ao hotel, uma desagradável surpresa: o estacionamento estava lotado!
Então tivemos que fazer um retorno gigante para chegarmos ao estacionamento ao lado do hotel que estava cobrando um absurdo por carro, mas era a única opção. Chegamos ao quarto da Vá quando já passava da meia-noite.

No caminho, vimos que havíamos esquecido de pegar a máquina fotográfica. Por um lado foi bom, pois eu não poderia ficar segurando, estava obviamente sem bolsa e o João como desfilaria também, não poderia ficar segurando a máquina. O lado ruim é que não fizemos nenhum registro em nossa máquina pessoal.

A sensação de estar na avenida é indescritível. Não tenho palavras para descrever os meus sentimentos enquanto sobre o carro, via as milhares de pessoas ao redor. Tinha um ângulo bom de tudo, pois estava no segundo andar. Cantei todo o enredo com emoção.
O calor, a sede e o enfeite apertando a minha cabeça, não me incomodaram. O momento da passagem a frente da bateria foi emocionante. A felicidade é contagiante!

Foi uma experiência incrível, fiquei encantada!

Ao assistir a gravação do desfile, já em casa, no dia seguinte, tive os mesmos sentimentos, como se ainda estivesse ali. E ao me ver, sorri.
Muita gente reclamou porque não conseguiu me encontrar ou me ver, pois eu não estava sozinha no carro, mesmo estando em destaque. O que foi bom, pois significa que nem todo mundo conseguiu ver minhas banhas chacoalhando freneticamente. (risos)

A coisinha amarela sou eu. A imagem tá péssima porque não é foto, foi tirada da tv durante o desfile.

O tempo na avenida passou rapidamente, o carro atravessou em menos de vinte minutos, mesmo assim, foram minutinhos suficientes para me divertir. O João desfilou no chão, na ala da diretoria. Quando nos encontramos no final, ele logo disse: "Quero mais!". Assim como para mim, foi uma experiência diferente para ele também.

Nos bastidores, fiquei conhecendo alguns truques femininos de quem desfila. O que mais gostei foi saber qual é o truque para que os brincos não caiam e fiquem bem presos, afinal eles são muito pesados. É algo que não faz bem para a pele, mesmo assim, topei experimentar, embora tenha ficado com medo de não conseguir tirar depois com facilidade e levar alguns dias. Já fiquei me imaginando andando por aí com uma pena amarela pendurada em cada orelha, mas ainda bem que ficou apenas na imaginação e os brincos saíram facilmente.

Do Anhembi,  retornamos ao quarto da Vá para tirar a fantasia e tal. Chegamos em casa quando domingo já estava clareando, eram 6 e pouco. Cansados, mas empolgados!

O primeiro carnaval no Anhembi a gente nunca esquece.