A semana começou com o Brasil chocado por causa da
tragédia que ocorreu em Santa Maria. Durante a tarde de ontem acompanhei por
matérias na internet e à noite, assisti a reportagem completa no Fantástico.
Muito, muito triste! Não consigo imaginar o pânico e desespero de quem estava
na balada, nem na dor dos amigos e parentes de quem desencarnou.
Como já fui a várias baladas/casas noturnas para
discotecar, sei bem que a maioria não tem estrutura de segurança suficiente.
São poucas que possui saída de emergência, extintores visíveis e com fácil
acesso, etc. Antes de me tornar DJ, quando apenas frequentava baladas, nunca me preocupei com estes detalhes. Foi o João quem me ensinou a observar bem o local, saber bem onde estou e para onde tenho que ir caso algo ocorra. Aprender isto foi fundamental quando passamos nosso único perrengue em balada: dois homens começaram a brigar até que um sacou a arma e disparou algumas vezes. Ninguém se feriu, foi apenas um susto para quem estava ali. Depois do fato, ficamos sabendo que o pequeno ser atirou apenas para o alto.
Já tinha saído da cabine de DJ e estava tirando foto
numa parte da pista quando a briga começou. Assim que ouvi o primeiro tiro, saí
correndo para o fundo do local, onde eu sabia que existia uma porta que poderia
servir de fuga porque saía para a rua de trás. Porta esta que não era saída de
emergência, era restrita apenas para os funcionários e que os frequentadores
não tinham acesso - assim como acontece na maioria das baladas.
Saída de emergência que é fundamental existir em qualquer local fechado, é
difícil de encontrar por aí, principalmente nas casas noturnas que tem uma
estrutura pequena.
Também não são todos os lugares que respeitam o limite de
capacidade de pessoas, isto é fato e óbvio. Afinal, quanto mais
gente, maior o faturamento da noite. Para muitos proprietários de casas noturnas, o fluxo do caixa acaba sendo mais
importante do que a segurança dos clientes e funcionários, infelizmente. Sempre foi assim e continuará
sendo. Com o acontecimento desta tragédia, pode mudar muito e haver melhorias nas baladas dos até então proprietários despreocupados, mas nem todos os
locais se tornarão mais seguros.
É claro que o tiroteio que presenciei não se compara a
um incêndio, ainda que pudesse ter gerado uma tragédia tão grande quanto, o que não
foi o caso, graças a Deus. Ainda assim, meu desespero foi gigante,
assim como dos demais frequentadores que ali estavam, então ontem tentei
imaginar a situação que ocorreu em Santa Maria e sinceramente não consegui.
Como alguns sobreviventes descreveram: filme de terror.
A segurança é falha na maioria das baladas. Já presenciei uma briga com porradas no meio da pista que os próprios frequentadores que estavam ao redor tiveram que separar os briguentos, pois não havia nenhum profissional de segurança no local ou pelo menos próximo. Vi o cara armado no caso que relatei e daí me perguntei como que deixaram alguém entrar com uma arma. Já notei que não são todas as casas noturnas que revistam os frequentadores e muitas revistam de qualquer jeito, passam as mãos nos bolsos, olham a bolsa das mulheres por cima, mas são poucos que revistam as pernas e outros lugares onde até mesmo uma arma branca pode estar muito bem escondida.
Há muitas baladas que não vendem bebida em garrafa, apenas em copos de plástico, para que não haja vidros propositalmente. Mas há muitas que permitem quando qualquer objeto de vidro torna-se uma arma também.
Enfim, a falha não está apenas na falta de saída de emergência, há outros pontos que também deveriam receber mais atenção.
Se eu já ficava atenta com o local e com o que está
acontecendo ao redor, agora então minha atenção será dobrada. Mas o que eu
queria mesmo é que ninguém precisasse ter este tipo de preocupação
especialmente em um momento de diversão. Ou melhor, preocupação esta deveria
ser apenas dos donos das baladas e, daqueles que tem poder e trabalham para o
bem estar do povo que os elegeram – e que só tomam atitudes mais sérias quando
tragédias como esta em Santa Maria, acontecem.A segurança é falha na maioria das baladas. Já presenciei uma briga com porradas no meio da pista que os próprios frequentadores que estavam ao redor tiveram que separar os briguentos, pois não havia nenhum profissional de segurança no local ou pelo menos próximo. Vi o cara armado no caso que relatei e daí me perguntei como que deixaram alguém entrar com uma arma. Já notei que não são todas as casas noturnas que revistam os frequentadores e muitas revistam de qualquer jeito, passam as mãos nos bolsos, olham a bolsa das mulheres por cima, mas são poucos que revistam as pernas e outros lugares onde até mesmo uma arma branca pode estar muito bem escondida.
Há muitas baladas que não vendem bebida em garrafa, apenas em copos de plástico, para que não haja vidros propositalmente. Mas há muitas que permitem quando qualquer objeto de vidro torna-se uma arma também.
Enfim, a falha não está apenas na falta de saída de emergência, há outros pontos que também deveriam receber mais atenção.
Que os que partiram nesta tragédia sigam o caminho em paz e que os donos de baladas tomem as providências necessárias para que casos como este, não ocorram mais.