quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Salvador: Pelourinho

Todos com quem comentamos que gostaríamos de conhecer o Pelourinho, disseram a mesma coisa: "Tomem cuidado lá!". Ouvimos tantas recomendações que por um momento até fiquei com medo. Ainda bem que decidimos ir mesmo assim!

Para chegarmos lá, subimos o Elevador Lacerda. A fila estava assustadora, mas andou rapidamente, não esperamos nem 15 minutos para entrarmos no elevador. Custa apenas R$ 0,15 por pessoa e é tão veloz que quando menos nos damos conta, a porta já abre e estamos no alto da cidade. A vista é linda!

E assim chegamos ao Pelourinho. É maior do que imaginamos. Eu pensei que fosse apenas uma praça com poucas ruas nas redondezas e só. Não conseguimos conhecer tudo, pois além de ser um bairro grande, ainda tivemos a sorte de conhecer duas pessoas muito bacanas com quem ficamos um tempão batendo papo.

Quando vi vários policiais rondando ou parados, fiquei mais calma. Não vi nenhum perigo como comentaram, é preciso estar atento como em todos os lugares do mundo, mas nosso medo foi embora rapidamente e caminhamos tranquilamente.

Assim que chegamos, vi a cafeteria Excelsior, então fomos tomar um espresso, pois não ficamos satisfeitos com o qual tomamos no restaurante onde almoçamos, afinal era fraco demais. Em dois dias, tomamos espresso em vários lugares, mas não conseguimos encontrar da maneira que estamos acostumados a tomar em Sampa. Os de Salvador são fracos demais, são "cháfés". O espresso da Excelsior não foi diferente, mas o que valeu a pena foi ter conhecido Cléia, quem nos atendeu. Mulher simpaticíssima. O que era para ser apenas um café, acabou se tornando um bom papo de quase meia hora. Dentre muitas coisas, ela nos contou ser filha do Sr. Clarindo, que é um ícone da cidade e que continua trabalhando em seu restaurante, a Cantina da Lua. Ele inclusive publicou um livro contando sobre a trajetória, acabamos comprando um exemplar com ela e perguntamos se seria possível conhecê-lo para pegarmos uma dedicatória. No mesmo instante, ligou para ele e disse que um casal estava indo para lá.

Cléia nos contou curiosidades do Pelourinho, disse porque seu pai é tão importante para a cidade e defendeu o lugar com unhas e dentes. Comentei sobre as recomendações que ouvimos e ela disse que o único problema é que há vários pedintes, em especial crianças que pedem esmola ou uma lata de leite para trocar por crack ( e de fato isto ocorreu mais de uma vez conosco ). Mas disse para ficarmos calmos que nada mais nos aconteceria ali.

Fomos até a Cantina da Lua e conhecemos o Sr. Clarindo, ele nos recebeu muito bem, sentou na mesa conosco, escreveu uma dedicatória no livro e nos contou várias histórias. Se pudéssemos, teríamos ficado horas conversando com ele. A energia dele é boa demais, um homem com muita luz.

Já eram quase 18hs e estava começando a anoitecer, nos despedimos de Sr. Clarindo e seguimos o passeio. Andamos pela rua lateral, entramos em algumas lojas e por fim, fomos até a Fundação Casa Jorge Amado, por pouco não conseguimos entrar porque fecha às 18hs. Fechou conosco lá dentro e fomos os últimos a chegar. A entrada custa R$ 3 por pessoa. Conseguimos conhecer todo o museu e ainda tomamos o melhor espresso que encontramos em Salvador, na cafeteria que fica dentro da própria Fundação. Foi o espresso que chegou mais próximo ao forte que gostamos. Ainda provamos um doce de leite maravilhoso.

Máquina de escrever e anotações de Jorge Amado

Espresso na Fundação Casa Jorge Amado.

Sem legenda, ou melhor, sem comentários! rs.


Saímos de lá quando eram 18h50 e como já estava noite, resolvemos ir embora. Para conhecer bem o Pelourinho, andar por todas as ruas com calma, ir nas lojas, na Fundação da Casa do Jorge Amado e bater papo com o Sr. Clarindo, é necessário passar uma tarde toda lá!

Passamos na frente do Excelsior e entramos para nos despedir de Cléia e agradecer por ter nos apresentado ao pai dela. Batemos mais papo, ela comentou que o marido é taxista em um ponto perto dali, ligou para ele e como estava com o táxi vago, pediu para que nos buscasse e nos levasse ao hotel.

Chegamos no hotel quando eram quase 21hs, ficamos mais de dez horas passeando por Salvador. Estávamos cansados, mas satisfeitos com o nosso dia. Levamos duas malas de mão ( um para cada ) e as nossas compras ocuparam uma inteira. Amarrotamos todas as roupas na outra.

Saímos para jantar e ficamos comentando sobre o nosso dia e as pessoas que conhecemos, Cléia e Sr. Clarindo, que tornaram nossa ida ao Pelourinho ainda mais especial. Era para termos os conhecido. E esperamos reencontrá-los.  

Impossível ir à Salvador e não conhecer o Pelourinho, Cléia e Sr. Clarindo!

Anoitecendo no Pelourinho...