Semana passada foi tão intensa que no domingo, quando deitei na cama e a adrenalina abaixou, não dormi, acho que morri e ressuscitei.
Durante cinco dias consecutivos, de segunda a sexta, dormi quatro horas por dia. Virou algo normal ir dormir às 4hs para às 8 e pouco estar novamente de pé. E o pior é que não era insônia. Para me manter acordada, foram latas de energético e cápsulas de ristretto. Uma mistureba total.
Fora que por conta da ansiedade, cometi diversas gordices durante todas as madrugadas.
Precisei me preparar para tocar na festa de casamento no sábado. Não seria a primeira vez numa festa assim, mas nas outras vezes havia sido uma mera DJ convidada. Desta vez, era a responsável por toda a festa, ou seja, tocar no mínimo 5 horas seguidas. E por conta disso, precisei baixar centenas de músicas, ouvi-las, gravá-las em cds, testar se estavam ok no equipamento e por fim, treinar a mixagem entre elas.
Como não quis atrapalhar o trabalho com a Fê, então me restava apenas o finalzinho da noite e a madrugada para focar nas músicas. Esperava a novela acabar ( virei noveleira novamente graças ao Félix! ) e todo o processo para ter mais músicas, começava.
Por sorte nenhum vizinho reclamou do som que, mesmo não estando tão alto, era o suficiente para incomodar em madrugadas alheias. Mas não tinha outra opção.
Ok, até tinha, mas em semana de finalização da campanha de natal, não poderia deixar a Fê na loucura sozinha.
Dividi a tarefa em estilos: nacionais, flashback, pop, trash, eletrohouse, eletrônica, funk, samba...
E fiz boas descobertas em todos os gêneros musicais.
Tive toda a liberdade para escolher as músicas que bem quisesse, o que foi ótimo, pois aproveitei para colocar músicas que amo e que nunca tinha tido oportunidade de tocá-las. Músicas que fizeram parte da minha adolescência ou da minha época de baladeira, aquelas que adorava que tocassem quando era eu quem estava na pista.
No sábado, fomos no meio da tarde para a fazenda onde ocorreria a festa. A estrada de terra é bem chatinha e como estava chovendo, era lama para tudo quanto é lado. Uma beleza! Só que não.
Chegamos às 18hs e pouco. Nos arrumamos e a cerimônia começou, embaixo da garoa, pois o altar havia sido montado a céu aberto. A garoa não atrapalhou em nada, todos souberam lidar bem, principalmente o casal. Eram águas de Oxalá.
Foi a primeira vez que presenciamos um casamento da umbanda. E achei bem mais emocionante e bonito que um católico. Bem mais intenso, sem alguém pregando moralismos, apenas respeitando o livre-arbítrio. Cantamos para Oxum abençoar o casal. E foi de arrepiar...!
Depois da cerimônia, seguimos para a área coberta onde o jantar estava sendo servido. Esperei a maioria terminar de jantar e comecei a tocar. Eram 21h30 e a festa acabou quando eram 5hs e pouco.
A minha sorte é que fumar era liberado, então não passei vontade. E toda hora, alguém ia perguntar se eu queria beber ou comer algo.
Conhecia os noivos e metade dos convidados, o que me deixou ainda mais a vontade. Toquei sem parar, sem ver a hora passar. E foi recompensador ver a pista agitada por tantas horas, valeu a pena minhas poucas horas de descanso e a dedicação durante a semana. Não fui para a pista, mas me diverti horrores enquanto comandava o som.
Quando a festa acabou e as últimas pessoas que estavam na pista foram dormir, fui acordar o João que às 3hs e pouco, foi dormir no carro e pediu para que eu o acordasse quando acabasse para então pegarmos a estrada de volta. Mas esperamos amanhecer, seria aventura demais pegar aquela estrada de terra na escuridão. Ficamos conversando com as pessoas que, assim como nós, estavam esperando o céu clarear para pegarem a estrada, assim um seguia o outro e caso algum carro atolasse ( como aconteceu! ), ninguém estaria só.
No fim, saímos de lá quando já tinha amanhecido há um tempinho, eram quase 8h30, mas esperamos algumas pessoas que tinham ido dormir e que estavam acordando cedo para viajar.
Durante a viagem toda, dei boas pescadas, mas não consegui dormir, pois fiquei preocupada com o cansaço do João e precisava fazer companhia. Eu não poderia ajuda-lo na direção após devorar várias doses de vodka com morango.
Chegamos em casa quando era quase meio-dia, tomamos banho e apagamos. Quando finalmente consegui acordar, pensei que meu relógio tivesse tido um pane e estivesse louco, mas sim, já eram quase 20hs! Nem acreditei que dormimos literalmente o dia inteiro.
Assim que nos recuperamos de tantas horas de sono e sonhos, pedimos pizza. E enquanto esperávamos chegar, a Fê veio tomar um café comigo, pois precisávamos planejar a semana.
Pensa que depois de uma tarde toda, nós não conseguiríamos mais dormir? Que nada! Não era 1h e já estávamos na cama novamente.