Na semana passada, a Duda inventou de dar mais emoção à vida felina. Estava tudo indo muito bem para ser verdade, achei que por já estar aceitando melhor a presença da Aline, estivesse voltando a ser a gata calma que era, masss de duas semanas para cá, começou a ter algumas atitudes que nunca havia tido. Tem feito de tudo para chamar minha atenção.
Talvez eu tenha uma ponta de culpa nisso, pois tenho ficado ainda menos em casa e assumo que não tenho dado a atenção necessária. A Duda já é uma gata velhinha com quase 9 anos e que precisou dividir as atenções da noite para o dia. Juntando estes pequenos fatos, até compreendo porque resolveu se rebelar.
Uma noite cheguei em casa e me deparei com ela no alto da estante da sala, na última prateleira. Para resgatá-la precisei pedir uma escada emprestada no condomínio. Não sei como ela conseguiu chegar ali, se foi escalando ou subindo de prateleira por prateleira. Tem coisas na vida que é melhor nem tentar entender, sabe.
Daí ela começou com a mania de entrar na geladeira. É só alguém abrir a porta que um vulto branco passa correndo e se enfia entre as garrafas que ficam no espaço mais baixo. Mereço?
Entrar na geladeira não é nada perto do acontecimento na última quinta. O João estava na mãe dele e eu fui beber com duas amigas. Cheguei em casa quando era quase 1h, abri a porta e vi a Duda se equilibrando no suporte de alumínio que fica sobre o vidro que cerca o terracinho da sala. Um vento forte ou um passo errado, ela cairia.
Mesmo não estando bêbada, passei as mãos nos olhos para ter certeza do que estava vendo. A Duda estava paralisada olhando para mim ali do alto. Meu coração disparou, comecei a chorar e fechei os olhos porque não conseguiria mais ver aquela cena. Por intuição, gritei: "Quem quer papá?".
Me agachei sem abrir os olhos e logo senti a Duda perto de mim. Depois, João me contou que foi a melhor coisa que fiz porque se eu tivesse ido para cima dela no terraço, ela poderia se assustar com algum movimento meu e cairia. Meu Deus, não posso nem pensar nisso!
Coloquei comida para as três, liguei o computador e desencanei, pois achei que o fato dela ter subido ali pudesse ter sido um caso isolado. Com a barriga cheia e com a minha presença, talvez ela não tivesse vontade de se aventurar mais. É claro que me enganei. De repente ouvi um barulho no vidro lá fora, novamente gelei, olhei de onde estava e não a vi, mas intui que ela estava sim. Levantei com as pernas bambas e sem fazer barulho, me aproximei da porta que divide o terraço da sala. A Duda estava se equilibrando em umas das laterais. Me agachei e a chamei, fazendo gestos mostrando que faria carinho como recompensa. Ela miou, se ajeitou na beirada e pulou no chão indo para a minha direção.
Em seguida fechei a porta. Ela já demonstrou que seria capaz de subir quantas vezes bem quisesse e eu não estava disposta a passar momentos de pavor por conta disso.
No dia seguinte, logo cedo, liguei para uma empresa que coloca redes de proteção e agendei o serviço.
De sexta até hoje, funcionou assim: porta fechada e Duda solta pela casa durante o dia todo. E à noite, ao chegar, depois de enchê-la de carinho, a deixava presa no banheiro e abria a porta para ventilar e renovar o ar até a manhã seguinte.
Neste momento, o João está acompanhando o serviço dos dois funcionários da empresa que vieram instalar a rede de proteção. E eu estou de "castigo" aqui no quarto por motivo de: da mesma maneira que tenho fobia de altura, não consigo ver ninguém no alto, tenho aflição. Como o apartamento é duplex, então o pé direito do terraço é duplo. Para instalar a rede, um deles está sobre uma escada gigante furando a parede para colocar os ganchos e sem nenhum equipamento de segurança. Até aí o problema não é meu, mas da empresa onde ele presta o serviço. De qualquer maneira, sei que se algo der errado, acontecerá um acidente. Achei melhor ficar aqui no quarto, sem ficar observando o moço correndo risco.
Daqui a pouco, já com a rede devidamente colocada, poderei ficar tranquila e começar o dia, pois será longo!
Hoje já é terça, mas ainda estou com a sensação do estômago cheio, consequência de um finde que quase não parei de comer. No sábado, foi aniversário da Fê. Almoçamos feijoada e jantamos pizza. Depois do almoço, fomos tomar café no Museu do Pão e o gerente, ao saber que era aniversário dela, gentilmente levou um pedaço de bolo para cada. Estávamos com nossa amiga Syl.
Isso porque no caminho, comentei que não aguentaria nem comer o biscoitinho que acompanha o café. Comi o bolo fazendo força para não fazer desfeita à gentileza do gerente.
No domingo, eu e o João fomos almoçar com um casal de amigos em um restaurante chamado Garimpos do Interior. Achei que meu estômago explodiria.
Só sei que poderia hibernar tranquilamente após este final de semana... Mas como não tô hibernando, preciso dar início ao trabalho do dia! Até!!